Vou-te contar a verdadeira história do “Chico Dark”, o menino de chocolate. Logo após o nascimento, a surpresa foi geral. A mãe, “White com Passas”, nunca imaginara ter um “Dark”, e logo a 70 %. O pai, um exemplo para toda a família, era “de Leite”, simples, gostoso e bem clarinho. No entanto tinha havido na sua família um descarrilamento chocolateiro, quando um avô aventureiro, se apaixonou por uma chocolatinha de São Tomé, de 80%. Estava ali a razão do nascimento do Chico, seu nome completo, Francisco Late Dark, na escola abreviado para Chico-Late Dark.
O Chico foi crescendo feliz, embora com um feitiozinho muito especial. Era p’ro amarguito, quando lhe chegava a mostarda à tablete. Como verdadeiro chocolate que era, o Verão era uma consumição. Sabia mesmo que uns parentes italianos afastados, os Ferrero Rocher, recusavam-se a sair de casa naquele período do ano, mesmo que fossem tentados pelo Ambrósio, um fulano tenebroso ao serviço de uma duquesa queque que pretendia liquidar toda família sempre que desejava algo.
No entanto, o Chico, destemido e duro como era, inventou uma roupagem protectora para as suas passeatas de Verão. Numa festa importante encontrou os manos Moet e Chandon, dois champanhes de riquíssima qualidade, vestindo roupas chiquíssimas prateadas, que os mantinham sempre fresquinhos. Pois, foi com eles que aprendeu o truque… encomendou coisa semelhante e resolveu o problema que o atormentava. Enquanto todos andavam de calções e t-shirts, o Chico saia de casa todo quitado com capa prateada que lhe cobria o corpo por completo, não o deixando derreter. Mesmo assim, havia dias, que sentindo-se amolecer, tinha de correr para o hipermercado mais próximo, e meter-se uns bons minutos numa arca congeladora sem ninguém ver. Foi numa destas aventuras derretidas, que o Chico foi apanhado pela controladora. Estava escondido no meio dos camarões congelados, e quando encontrado no lugar errado, foi logo colocado na prateleira respectiva, a dos chocolates. Era o início da sua grande aventura! Poucos segundos depois, sem tempo para fugir, foi comprado por um menino encantado. Apaixonado, e porque sabia que a sua namorada coleccionava chocolates, levou-o com muito carinho para a sua amada, que feliz com uma prenda tão bonita, a colocou numa vitrina linda, com montes de chocolates. Fez muitos amigos, chocolates de origens diversas e de raças multicores. Brincava muito com os endiabrados Smarties e estudava com o coelhinho da Páscoa, um sábio na arte de ensinar tudo o que um chocolate deve saber. No entanto, embora de vidro, aquilo era uma autêntica prisão… Tinha tantas saudades, de voltar a ser um chocolate livre e travesso. Um dia apaixonou-se pela mais recente moradora, Regina de seu nome. Descendente de uma família Imperial, era linda, doce, soft, recheada … Juntos sonhavam com a liberdade e derretiam-se em beijinhos. Uma noite, distraidamente a menina dos chocolates deixou a porta da vitrina aberta. Foi o milagre tão esperado. Era Verão, e embrulhados em prata, os dois fugiram e eu próprio não sei onde hoje vivem. Tenho no entanto o pressentimento que Chico-Late e Regina são felizes, vivem perto de um congelador, porque derretem-se de amores um pelo outro…
O Chico foi crescendo feliz, embora com um feitiozinho muito especial. Era p’ro amarguito, quando lhe chegava a mostarda à tablete. Como verdadeiro chocolate que era, o Verão era uma consumição. Sabia mesmo que uns parentes italianos afastados, os Ferrero Rocher, recusavam-se a sair de casa naquele período do ano, mesmo que fossem tentados pelo Ambrósio, um fulano tenebroso ao serviço de uma duquesa queque que pretendia liquidar toda família sempre que desejava algo.
No entanto, o Chico, destemido e duro como era, inventou uma roupagem protectora para as suas passeatas de Verão. Numa festa importante encontrou os manos Moet e Chandon, dois champanhes de riquíssima qualidade, vestindo roupas chiquíssimas prateadas, que os mantinham sempre fresquinhos. Pois, foi com eles que aprendeu o truque… encomendou coisa semelhante e resolveu o problema que o atormentava. Enquanto todos andavam de calções e t-shirts, o Chico saia de casa todo quitado com capa prateada que lhe cobria o corpo por completo, não o deixando derreter. Mesmo assim, havia dias, que sentindo-se amolecer, tinha de correr para o hipermercado mais próximo, e meter-se uns bons minutos numa arca congeladora sem ninguém ver. Foi numa destas aventuras derretidas, que o Chico foi apanhado pela controladora. Estava escondido no meio dos camarões congelados, e quando encontrado no lugar errado, foi logo colocado na prateleira respectiva, a dos chocolates. Era o início da sua grande aventura! Poucos segundos depois, sem tempo para fugir, foi comprado por um menino encantado. Apaixonado, e porque sabia que a sua namorada coleccionava chocolates, levou-o com muito carinho para a sua amada, que feliz com uma prenda tão bonita, a colocou numa vitrina linda, com montes de chocolates. Fez muitos amigos, chocolates de origens diversas e de raças multicores. Brincava muito com os endiabrados Smarties e estudava com o coelhinho da Páscoa, um sábio na arte de ensinar tudo o que um chocolate deve saber. No entanto, embora de vidro, aquilo era uma autêntica prisão… Tinha tantas saudades, de voltar a ser um chocolate livre e travesso. Um dia apaixonou-se pela mais recente moradora, Regina de seu nome. Descendente de uma família Imperial, era linda, doce, soft, recheada … Juntos sonhavam com a liberdade e derretiam-se em beijinhos. Uma noite, distraidamente a menina dos chocolates deixou a porta da vitrina aberta. Foi o milagre tão esperado. Era Verão, e embrulhados em prata, os dois fugiram e eu próprio não sei onde hoje vivem. Tenho no entanto o pressentimento que Chico-Late e Regina são felizes, vivem perto de um congelador, porque derretem-se de amores um pelo outro…